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6 anos ago · · Comentários fechados em Transtorno de Ansiedade Generalizada · Sticky

Transtorno de Ansiedade Generalizada

transtorno de ansiedade generalizada (TAG), geralmente se manifesta em indivíduos que de alguma forma obteve algum “trauma”, associou o afeto de estava solto a situações do qual anseia, teme  uma  insegurança em relação ao seu futuro. A etimologia da palavra ansiar seria esperar por algo futuro e indeciso, preocupa-se exageradamente pelo o que possa vir acontecer . O sujeito sente-se como estivesse em uma corda bamba.

Em plena contemporaneidade o sujeito recebe vários tipos de informações do qual o cérebro precisa de um certo tempo para poder abstrair. O cérebro é um órgão que possui enorme plasticidade, mas que também necessita de certo período para se adaptar aos avanços  tecnológicos, a decadência dos antigos valores, e o estado atual do capitalismo.

Muitas vezes o sujeitos perdem a bussola pelos caminhos que pareciam certos. Sujeitos assim, preocupam-se em excesso com o futuro desencadeando episódios de ansiedade que podem vir em diferentes formas – tais como ataques de pânico, fobias, ansiedade social, insônia. Segundo pesquisas mais de 50% de pessoas com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) experimentam problemas com o sono. Os músculos tornam-se mais rígidos devido a tensão, indigestão crônica e medo de falar em publico publico, onde possam ser o centro das atenções sentem, náuseas, dificuldade em elaborar ideias e interagir com novas pessoas, manter relacionamentos e progredir intelectualmente, financeiramente em suas vidas. Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

Veja também Signos de Consumo

4 anos ago · · Comentários fechados em ALIENAÇÃO PARENTAL

ALIENAÇÃO PARENTAL

ALIENAÇÃO PARENTAL: A CRIANÇA TROFEU NA LUTA PELA GUARDA É TAMBÉM A REPRESENTAÇÃO DO SINTOMA PARENTAL NOS CONSULTÓRIOS PSICÓLOGICOS

A síndrome de alienação parental (SAP) foi apresentada pelo psiquiatra norte-americano Richard Gardner, na década de 80, como um distúrbio infantil que acometeria, especialmente, menores de idade envolvidos em situações de disputa de guarda entre os pais. O autor acentua que, a síndrome consiste na prática de uma certa programação ou lavagem cerebral exercida por um dos genitores para que o filho rejeite o outro responsável (Gardner, 2001).

Muito se tem falado, atualmente, sobre esta prática e as implicações disso na relação do filho com o genitor que sofre o ataque. No entanto, nos consultórios, o que reverbera são os sintomas mais diversos que chegam à clínica encarnados no corpo da criança, mas que respondem, acima de tudo, ao desejo e aos ditos dos pais. Não por acaso, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-V, apresentou o maior número de novas formas clínicas e afetações do universo infantil de todos os tempos.

Trata-se dos tão discutidos e populares transtornos que atravancam o desenvolvimento das crianças e adolescentes nas escolas, a DDAH, o Autismo e suas contingências, as disfunções da fala, da escrita e diversos modelos de dificuldade de aprendizagem e de relacionamento que as famílias e as escolas têm experienciado de forma gritante todos os dias.

É a partir da demanda, trazida com frequência pelos pais, que pode ser encarado o modo como é constituído o sintoma na criança. De fato, levantaremos a hipótese que o sintoma é uma resposta construída a partir da angústia de um dos pais, ou dos dois, resultante da posição ideal infantil parental. Entendemos com isso a posição que leva cada um dos pais à própria castração, na ideia de uma inter‐relação entre o sintoma da criança e o dos pais que o levam para a consulta (Robert Levy, 2008).

Diante deste cenário, a SAP foi sugerida para constar no rol de categorias diagnósticas ou transtornos mentais infantis incluídos no DSM-V, uma vez que alto índice de crianças e adolescentes em sofrimento relatam sobre a disputa dos pais.

Oportunamente, e pensando no papel do psicólogo no ambiente jurídico, é tempo de chamar a atenção da sociedade para o sofrimento da criança diante dessas pressões. O filho que está sob o poder imperativo do genitor que lhe oprime, mesmo que apenas por meio de palavras, sugestões ou apelos, passa a expressar no corpo ou no comportamento aquilo sobre o que ele nada pode dizer. E é aí que surge o grande desafio para o psicólogo em seus atendimentos, principalmente, quando da elaboração de laudos e pareceres psicológicos para subsidiar a decisão judicial.

Seja nos consultórios particulares, na escola ou sob solicitação do tribunal, o terapeuta é posto numa condição delicada, entre as exigências da lei ou da escola que solicitam um diagnóstico, ou seja, uma solução para o problema e o apelo da família que demanda a cura para o sofrimento que assola a criança.
Diante disso, o profissional psicólogo é convocado a se inquietar frente ao como fazer para lidar com o tempo cronológico que exige respostas, como a produção de um relatório psicológico e, ainda assim, ter manejo para observar os fragmentos que montam o quebra‐cabeças que lhe irá possibilitar compreender as razões que têm levado, cada vez mais cedo, crianças em sofrimento a procurar ajuda profissional. No entanto, quase sempre, são sofrimentos experimentados de forma atemporal e decorrentes do modo como o casal parental lida com a separação e o que, de fato, a criança representa para este contexto familiar.

No trabalho com crianças, a pedido do tribunal ou da escola, na luta pela guarda ou dificuldade de relacionamento com o ex cônjuge, o psicólogo se depara com uma demanda obsessiva, causadora de sofrimento, expressa nas entrelinhas dos discursos apresentados pelos pais, que chegam para o atendimento em busca de ajuda para seus filhos. Esse sofrimento é, quase sempre, mediado pelo desejo dos pais, que tendem a apresentar seus filhos como verdadeiros troféus diante do embate. “O que faz então, apesar das dificuldades, a família procurar por assistência psicológica, não é a presença ou a ausência de sofrimento. Uma neurose infantil tem mais probabilidades de ser levada a tratamento quando os seus sintomas são conturbadores para o meio ambiente. Os pais deixam-se guiar na avaliação quanto à seriedade da situação pelo impacto da neurose da criança sobre eles mesmos” (ANNA FREUD, 1971).

Refletindo a partir do pensamento de Anna Freud, pode-se questionar se as escolas e os tribunais também estão sofrendo as consequências por conta da fragilidade com a qual as famílias têm constituído a dinâmica de relacionamento do casal parental e o lugar que a criança – sujeito em desenvolvimento – tem ocupado nesse processo.

E como diria, de maneira fabulosa, o poeta Belchior ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.

Emanuela Sant’ana é psicóloga clínica formada pela Faculdade ESUDA – PE, Especialista em Psicologia Jurídica pela Faculdade Candido Mendes – AVM e Perita na vara de família no Rio de Janeiro

6 anos ago · · Comentários fechados em Sintomas Contemporâneos na Clínica Psicanalítica

Sintomas Contemporâneos na Clínica Psicanalítica

Prof. Dr. João Angelo Fantini

O chamado freudiano sempre foi de fazer a psicanálise do seu tempo. Longe das cristalizações acadêmicas ou das associações e facções, a psicanálise permanece na busca de entender os sintomas de cada época. Falar em sintomas contemporâneos, neste sentido, longe de tratar-se de uma maneira nova de ver a psicanálise, trata-se de repensar sempre a clínica a partir das condições sócio-históricas que se apresentam. Sintomas contemporâneos, assim, são o pensar não para uma “subjetividade” positivada no sujeito, mas pensar este sujeito como resultante das cadeias simbólicas para além dele e das quais ele é resultante.

Os sintomas encontrados na clínica atual não são aqueles que Freud encontrou na Viena de sua época já que os diagnósticos feitos à época levaram em conta o conhecimento acumulado pela psicanálise até então. A parte a obviedade desta afirmação, grande parte dos psicanalistas

pensam nosso tempo como um momento radical de reconstrução teórica e pratica. Para entender o termo Sintoma Contemporâneo ou Social é preciso ir além da definição de sintoma como experiência subjetiva, resultante da função paterna no complexo de Édipo, que fixa e caracteriza o gozo do sujeito: o sintoma social diz da entrada do sujeito no discurso social, isto é, na forma como se distribui o gozo nas relações sociais e quais as perspectivas, orientações e soluções para as quais estes comportamentos apontam.

Depressão, transtornos de ansiedade, toxicomanias, transtornos alimentares constituem o grosso da demanda psicoterápica atual, para a qual a psicanálise teria a oferecer um discurso – diferente em alguns casos e complementar em outros – ao discurso predominante de intervenção psiquiátrico com suporte nos medicamentos. O desafio da psicanálise continua a ser (como era na época de Freud), transformar uma prática de gozo em um sintoma analisável, isto é, tentar analisar/decompor/contrapor uma prática social repetitiva de gozo a uma saída que não seja narcísica, mas construtiva da perspectiva das sociedades.

O primeiro obstáculo relativamente consensual hoje é a substituição da sociedade de massas (tão bem teorizada pela Escola de Frankfurt) pela ‘multidão de Uns’. Traduzido em termos teóricos, trata-se da troca da relação com o Outro (da diferença da identificação resultante da castração simbólica) pela relação com o Um (a insígnia narcísica que marca/identifica anonimamente o sujeito a um grupo): o sintoma social contemporâneo, assim, funcionaria como uma homogeneidade sustentada pela promoção de um traço particular dos sujeitos.

Da perspectiva psicanalítica este estado de coisas tem relação com o declínio das formas de identificação inscritas na cultura (a função paterna) que sustentaria através do processo de castração simbólica, isto é, aquilo que o sujeito imaginariamente perde (narcisismo) para entrar no discurso social, nos ideais de construção social. Nesta linha, o processo de identificação vertical (a intervenção do grande Outro, a entidade que organiza a realidade por nós) é substituído pela identificação horizontal (a identificação com o Um, o gozo autístico, onde não há interferência dos ideais do Outro).

A ideia clássica de identificação carrega em si o conceito de transgressão, que pode grosseiramente ser reduzida a fórmula: qualquer desvio da norma (transgressão) gera alguma forma de segregação. Neste sentido, o Outro funciona como parâmetro de alteridade, ou seja, há uma “saída” identificatória: o sujeito pode fazer diferença do Outro. Assim, dizia Freud, o que une os homens em sociedade é sua mutua identificação como seres faltantes, como sujeitos que tiveram seu gozo narcísico (fusão com a mãe) barrado pela lei simbólica (a lei paterna). O declínio da função paterna, longe de traduzir o fim do patriarcado, significa a queda de sentido da interdição simbólica na cultura (e não do “macho”).

A identificação horizontal pode ser pensada na relação com o Um, isto é, o idêntico a si mesmo, onde o processo de segregação não é mais a exclusão social, mas a homogeneização, o gozo autístico sem interferência do Outro. Assim, o particular não mais se coordena com o universal, ou seja, o sacrifício individual (a castração simbólica) não faz sentido com o discurso do bem-estar geral da humanidade. Dito ainda de outra maneira, a homogeneidade não significa mais a participação no todo (a comunidade de seres faltantes), mas uma identificação pelo idêntico a si mesmo, que segrega não pela exclusão, mas pelo excesso de identificação: longe de sentir-se participante ativo do mundo, o sujeito sente-se mais e mais uma peça na engrenagem do consumo.

Globalização & Sintomas contemporâneos

O mercado global pode-se pensar, cria demandas estandardizadas de consumo na medida em que cria a falta ao mesmo tempo em que propõe um produto como semblante do objeto a, causa de desejo. O consumidor de drogas hoje, por exemplo, longe de buscar o traço de diferença (transgressão) evidenciado nos anos 60 e 70, atende muito mais a lógica de consumo do capitalismo. Nesta lógica, não há “excluídos” do sistema, pois todos (até mesmo o vendedor de chicletes contrabandeados no semáforo) atendem as regras do capitalismo, fazendo o capital girar o mais rápido possível. Em Proposition of  9 october 1967  Lacan já propunha que o rearranjo dos grupos pela universalização da ciência e o avanço do capitalismo conduziria as pessoas a um ‘mercado comum’, onde o imperativo da completa satisfação do desejo sustenta não mais um superego da culpa porque o sujeito fez (o possível dentro das possibilidades), mas pelo que ele não fez (a impossível totalidade das possibilidades). Comicamente, a função paterna assegurava ao sujeito a tristeza de que ele sendo Wood Allen poderia ter vencido Mike Tyson se não ‘tivesse sido impedido’ (castração), enquanto hoje o sujeito que ‘tudo pode’ sofre a angustia de ter que enfrentar Mike Tyson. Mais comicamente ainda, o sujeito (homem) sabia que existia uma distância intransponível entre ele e uma estrela de cinema (objeto velado – barramento simbólico ao objeto causa do desejo), o que gerava uma frustração e posteriormente uma sublimação/deslocamento da libido para outra atividade (casamento, filhos, trabalho etc.), enquanto o sujeito atual fica angustiado pela ‘real’ (objeto em cena – acesso imaginário ao objeto a) possibilidade de atingir o sublime objeto de desejo…

A interdição da lei simbólica sustentava no sujeito a certeza de que poderia ter feito, se não tivesse sido barrado: o resultado era um ódio que se transformava em admiração pela figura paterna. O processo de identificação horizontal contemporânea, pelo contrario não deixa alternativa ao sujeito: se ele não goza o suficiente, a culpa só pode ser dele. Este processo desloca o sintoma do plano cultural (o lugar de poder simbólico do pai na sociedade, a luta política) para a esfera do único depositário confiável do sujeito no mundo: o corpo. Da perspectiva política, a ética psicanalítica busca a reintrodução da divisão das subjetividades – a particularidade de cada um com o Real – contra uma subjetividade standard. A psicanálise está também em jogo: ou ela é capaz de subjetivar este gozo autístico do Um (onde o analista faz o papel de ligar S1 ao S 2), isto é, seja capaz de fazer o sintoma funcionar como demanda (passar pelo Outro da linguagem), dar significado ao (Real do) gozo ou será abolida como discurso: como disse Lacan em Televisão o discurso da psicanálise – fundado no não-todo (pas-tout) deve estar fora do discurso capitalista.

Na clinica psicanalítica contemporânea parece repetir-se o evento dos anos 50, quando a psicanálise teve que defrontar-se com o que era tido como seu limite, a psicose[1]. Novamente, a psicanálise parece estar se deparando com um novo limite. Da perspectiva teórica, conceitos como consciência, percepção, mente, entre outros tem sofrido ataque insistente desde os filósofos pragmatistas (Richard Rorth, por ex.), passando pelos chamados neo-cognitivistas (Dennet, Flanagan, Paul e Patrícia Churchland, por ex.) e chegando aos teóricos da psicanálise contemporânea (Jacques Alain-Miller, Slavoj Zizek). Do lado da demanda clinica, Depressão, transtornos de ansiedade (crise de pânico), estados bordelines, toxicomanias, bulimia, anorexia esperam respostas para além dos medicamentos psiquiátricos, para o papel que a psicanálise se propôs desde sua fundação, qual seja, um espaço para emergir o sujeito.

[1]. Ver em Miller, Jacques-Alain: ‘Primera conferencia brasileña, El Sintoma Charlatán, Ed. Paidos, p. 24; e Miller, J.-A. and Laurent, E. (1997) ‘L’ Autre qui n’existe pas et ses comities d’éthique’.in La Cause freudienne: Revue de Psychanalyse 3 5, 7 – 20.

 

6 anos ago · · Comentários fechados em Implicações da Escuta à criança na clínica psicanalítica

Implicações da Escuta à criança na clínica psicanalítica

AS IMPLICAÇÕES DA ESCUTA À CRIANÇA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA:
UMA PERSPECTIVA QUE TOCA O LUGAR DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DO SINTOMA

(IMPLICAÇÕES DA ESCUTA À CRIANÇA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA) É a partir da demanda, trazida com frequência pelos pais, que pode ser encarado o modo como é constituído o sintoma na criança. De fato, levantaremos a hipótese que o sintoma é uma resposta construída a partir da angústia de um dos pais, ou dos dois, resultante da posição ideal infantil parental.

Entendemos com isso a posição que leva cada um dos pais à própria castração, na ideia de uma inter‐relação entre o sintoma da criança e o dos pais que o levam para a consulta (Levy, 2008, p.59).

Na clínica psicanalítica, ao escutar uma criança, pode‐se observar, através dos seus sintomas, que o infante apresenta comportamentos estereotipados evidenciando o sofrimento que o cristaliza devido a fragilidade no modo como os adultos têm exercido suas funções parentais. Neste cenário, o terapeuta é convocado a compreender ─ por meio dos signos que flutuam entre o sintoma da criança e a demanda trazida pelos pais em seus discursos ─ a trilha que poderá levá-lo na direção de um deciframento possível do enigma que o sintoma encobre (LEVY, 2008, p. 59).

Entretanto, o terapeuta é posto numa condição delicada, entre as exigências da família pela cura do sofrimento que assola a criança e as pressões impostas pela escola à espera dos famosos diagnósticos, como atenta Manonni (1971)[1]. Diante disso, o profissional é convocado a se inquietar frente ao como fazer para lidar com o tempo e, ainda assim, ter manejo para observar os fragmentos que montam o quebra‐cabeças que irá possibilitar ao observador (terapeuta) compreender as razões que tem levado, cada vez mais cedo, crianças em sofrimento à clínica[2].

É deste lugar de confusão e vazio, diante do apelo das famílias em sofrimento, que o profissional precisa reinventar seu fazer clínico, na tentativa de aproximação ao que causa sofrimento à criança e aos mecanismos que operam na fantasia da dinâmica familiar e respondem ao desejo do casal parental. “Nessa forma desconcertante de comunicação, o que aparece de fato é o inconsciente da criança que é formado até certo ponto do que a família deseja ou recusa.

[1] O importante a ser considerado é a manifestação qualitativa e subjetiva desta expressão de forma integrada à dinâmica de inter-relações: criança-família-sociedade (MANONNI, 1971).

[2] Há em Lacan, de certa forma, uma autonomia da racionalidade prática: por isso diz-se com frequência que a clínica é soberana (Ferretti, 2004 1971, p. 16).

Lévy,R.(2008). O Infantil na Psicanálise: O que entendemos por Sintomas na Criança. Rio de Janeiro: Vozes.

Manonni, M.(1971). A Criança, sua ‘doença’ e os outros. Rio de Janeiro: Zahar.

6 anos ago · · Comentários fechados em Instagram e a Imagem Corporal

Instagram e a Imagem Corporal

Segundo uma pesquisa no Reino Unido o Instagram (Instagram e a Imagem Corporal) foi considerado como a pior rede social para os jovens no tocante a saúde mental. Desencadeando diversos sintomas como: comparação excessiva da imagem corporal, depressão, solidão e bullying.

Não há como falar dessas mulheres que se apresentam como modelos no Instagram (Instagram e a Imagem Corporal) sem antes analisar o papel fundamental da imagem como símbolo, que carrega importância fundamental na contemporaneidade. Muitas mulheres mais esclarecidas intentam  promover uma quebra de padrão no perfil de modelos com a imagem corporal supostamente perfeita, mas as modelos mais “perfeitas”  no Instagram  ainda carregam milhões de seguidores, muitas delas carregam 8 dígitos.

Instagram e a Imagem Corporal

Muitas jovens se identificam com o padrão de beleza da  imagem corporal  estampado no Instagram (Instagram e a Imagem Corporal) , sendo assim, as redes sociais podem estar alimentando uma crise na saúde mental entre jovens . Portanto para se encaixar nas ofertas capitalistas propostas pelo universo midiático as modelos no Instagram apresentam uma Imagem Corporal que são construídas a partir de um “setting” (cenário fotográfico). E é a partir do corte  que a imagem representada pela modelo vai sugerindo cada pose, cada maquiagem, cada cabelo, suscitando assim a emersão de uma nova mulher, ou seja, uma nova possibilidade de mulher. Com isso a imagem corporal dessas modelos se apoiam nos artifícios sígnicos (acessórios de marca) para chamar a atenção das consumidoras, promovendo assim, um processo de identificação narcísica.

[…] Para Jacques Lacan psicanalista Francês ” as falsas mulheres”, se agregam artificialmente à falta para elas o “parecer” é essencial, fazendo-se de si mesmas o seu bem maior. […] a “verdadeira” e a ‘falsa mulher” podem coabitar a mesma mulher. A “verdadeira mulher” faz com que o homem sinta o ridículo do ter é a ruína do homem. É mais tranquilo fazer parceria com a “falsa mulher” por esta não parecer castrada, não ameaça o homem não exigindo dele o ser desejante (Rodrigues, 2008, p.135-136).

Sendo assim, essa mulher-modelo ocupa um vazio existencial em muitas jovens, pois, essas modelos mascaradas conforme a proposta midiática transparece um semblante de completude e sucesso uma estratégia perfeita para instaurar a falta, aumentando ainda mais o consumo e adoecendo  muitas pessoas.

Você também As mulheres

6 anos ago · · Comentários fechados em As mulheres

As mulheres

As Mulheres, o conceito de feminilidade em psicanálise e de maneira geral,  para outras ciências reporta-se a um tema obscuro. Por esta razão e em consonância com a natureza peculiar da teoria, a psicanálise não tenta descrever ou situar o que quer uma mulher. Pois, seria esta, uma tarefa difícil de cumprir.

Mas se empenha em indagar como é que as mulheres se constitui, como esses indivíduos se desenvolvem e, isso se dá desde a criança dotada de disposição bissexual (FREUD, 1996, pg. 117). Sendo assim, a psicanálise freudiana caracterizada como marca própria da feminilidade, da destaque ao  embate entre a atividade e a passividade que se expressa numa relação de conflito, que ocorre desde o nascimento e perpassa por todos os estágios da vida . Tal conflito se condiciona a partir do lugar que a mulher ocupa na dinâmica parental.

AS MULHERES

Nas pesquisas freudianas não há relatos de um fechamento concreto que estruture a posição determinante do momento preciso de uma tomada de posse que designe a condição feminina. O que existe mais especificamente nas mulheres é uma bipolaridade que estará presente ao longo da vida em vários níveis, essa bipolaridade consiste no caráter de identificação com os traços que representam as características que fazem laços nas relações que este indivíduos iram manter com o outro.

De  um lado, a de lidar com a castração , de outro o descolamento da escolha de objeto amado, que se inicia na figura da mãe, num primeiro momento, para posteriormente buscar esse  objeto no mundo externo, como descreve Freud (1996) no texto Feminilidade.

O homem também experiência do modelo conflitivo que passa pela castração . Porém, do ponto de vista intrapsíquico é a menina que vivencia um romance com a mãe que também é mulher demarcando uma relação de homossexualidade desde sua formação mais arcaica. Observando por este anglo, pode perceber que há um furo no interdito que proíbe a permanência dessa relação, obrigando a menina a investir seu amor na figura do pai que, na dissolução do complexo de Édipo, também será barrado obrigando a mulher a eleger objetos externos para a concretização de sua demanda de amor.

A ruptura apontada por Freud, que instaura o modelo de escolha afetiva, bem como os modelos de relação que os indivíduos nessa fase irão manter com seus objetos, chama atenção para o papel do mecanismo que opera na feminilidade. Isso quer dizer que nada tem a ver com a anatomia que diferencia homens e mulheres, nem tão pouco compete as questões de gênero. A feminilidade na psicanalise é tratada como uma dinâmica psíquica que pode direcionar o sujeito do inconsciente no modo, como este atua em sua existência.

Veja também: Transtorno de Ansiedade Generalizada

 

 

 

 

Narcisismo

6 anos ago · · Comentários fechados em Narcisismo

Narcisismo

Consumo vs Narcisismo

A palavra narcisismo é empregada pela primeira vez em 1887 apresentada por Alfred Binet (1857-1911), um psicólogo francês que queria designar uma forma de fetichismo na qual seria tomar a própria pessoa como objeto sexual. Esse termo seria utilizado mais tarde por outros autores que tentaram explicar o comportamento perverso a partir do mito de Narciso.

Atribuímos a feminilidade maior quantidade de narcisismo e, que por esta razão, afeta também, a escolha afetiva da mulher, de modo que para ela, ser amada é uma necessidade mais forte que amar. A inveja do pênis (da potência) tem, em parte, como efeito, também a vaidade física das mulheres  (FREUD, 1996, P.131), portando, pode-se conceber que, ao utilizar artifícios que embelezam a mulher, elas parecem estar respondendo a uma falta que demarca sua condição e, ao mesmo tempo, reclamando por uma demanda de amor e reconhecimento.

Para Freud a maternidade seria um desenlace da feminilidade normal, que aceitaria  a substituição do pênis pela criança, mas a mulher se mantém insatisfeita como um enigma não decifrado, sendo assim a mãe é a que tem, a mulher é a que não tem e tenta fazer algo com essa falta que é estruturante ao sexo feminino.

Um mercado e tanto para o capitalismo que recorre a estratégias para atrair ainda mais consumidoras vorazes que intentam tamponar à falta.  As mídias sociais tem como função se ofertar como objeto de consumo, uma vez que as mulheres são compradoras em potencial. A necessidade  de deter os objetos de embelezamento oferecidos na mídia  ou mesmo a identificação com blogueiras , youtubers, suscitando um ideal de beleza e moda, apontam para a identificação que opera como agente cristalizador do desejo que apela por satisfação no inconsciente feminino.

Veja também sobre Signos de Consumo

 

Signos de Consumo

8 anos ago · · Comentários fechados em Signos de Consumo

Signos de Consumo

Semiótica aplicada Lúcia Santaella 2007, Ed. São Paulo

A pesquisadora e doutora em Teoria Literária, Lúcia Santaella, é fundadora do grupo de pesquisa em Semiótica e Games (CS Games); diretora do Centro de Investigação de Mídias Digitais (CIMID); coordenadora do Centro de Estudos Peircianos e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Seus estudos e pesquisas têm como base a semiótica desenvolvida pelo norte-americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), que dedicou sua vida a pesquisas em diferentes áreas tais como matemática, física, astronomia, história, linguística e, finalmente, a fenomenologia, na qual desenvolveu estudos sobre a formação dos signos de consumo.

No livro Semiótica Aplicada, Lúcia Santaella aborda o constante desenvolvimento do universo semiótico. Ela enfatiza, além da produção das imagens, hipermídias, cores e resoluções ópticas oferecidas pelo progresso tecnológico, a influência desses estímulos na evolução do ser humano, destacando os fenômenos cognitivos que intentam proporcionar sentido à existência. O ser humano sofre um bombardeio diário de mensagens, surgindo daí a necessidade de se fazer leituras e interpretações dos significados e significações dessas mensagens que aparecem como signos de consumo.Nessa perspectiva, a teoria semiótica de Peirce é sugerida como uma fonte mediadora; uma forma científica e fenomenológica para se apreender a lógica de apresentação, expressão e formação dos signos.

Para Santaella (2007, p. XIV), “[…] a própria realidade está exigindo de nós uma ciência que dê conta dessa realidade dos signos em evolução contínua. Minha sugestão é a de que, na semiótica de Peirce, especificamente no seu primeiro ramo; o da gramática especulativa. Nela podemos encontrar uma fonte de inestimável valor para enfrentarmos essa exigência”. Sendo assim, o livro monta uma articulação que parte do fundamento filosófico, passando pela análise fenomenológica e vai até a concretização científica dos valores e operações dos signos de consumo. Para sustentar suas proposições, a autora segue a trilha peirceana das tricotomias e suas categorias explicativas.

O livro é dividido em 10 capítulos. – Signos de Consumo

No capitulo 1,“Bases Teóricas para a Aplicação” ela faz um percurso histórico e fisolosófico do nascimento da teoria do signo enquanto estrutura perceptível à cognição dos signos até chegar à criação e interpretação do objeto sígnico. Na sequência ela traça o “Percurso para a Aplicação, quando apresenta o signo em seu fundamento, embasado nas categorias descritas ao longo das tricotomias peirceanas.

O intento é destrinchar as instâncias que montam as imagens sígnicas na busca por identificar suas qualidades, singularidades, potencialidades, mensagens e ao que se refere, ou seja, seu endereçamento. No capítulo 3, ela realiza uma análise comparada do design de embalagens. Nele a autora realmente apresenta o objetivo maior da escrita do livro, pois é quando ela realiza uma analogia comparativa do como identificar as mensagens sígnicas utilizadas pelo mercado competitivo mediado pelo marketing. Seu grande desafio foi conciliar os recursos/artifícios sígnicos utilizados pelas marcas para apreender a atenção do consumidor.

Sua trilha enfatiza a importância das cores, do brilho, das mensagens como sendo uma articulação dos estímulos externos como influência na psique e, como esses artifícios operam na consciência do sujeito que recebe a mensagem. Dando sequência, ela descreve, no capítulo 4, o potencial comunicativo da publicidade a partir do estudo de caso da marca de produtos cosméticos “Seda”. Nesse momento, ela utiliza a marca como recurso útil a suas explicações acerca da semiótica, valorizando o potencial do signo e apontando as categorias para articular o caráter simbólico da marca. No capítulo 5, ao analisar de forma comparativa duas embalagens shampoo, a autora propõe um embate das imagens (design) das embalagens como representação do poder e influência que o signo exerce sobre o consumidor. Além disso, ela destaca a escolha do endereçamento da mensagem do marketing enquanto objeto de satisfação pra a busca do indivíduo, enfocando a marca “Seda” como ícone de identificação para o sujeito consumidor.

Matisse: uma semiótica da alegria

É no capítulo 6, “Matisse: uma semiótica da alegria” que a autora realiza seu grande insight – pode-se dizer – saindo do poder intencional que opera no marketing e adentrando a expressão da psique humana, a sublimação. Nesta obra; Interior Vermelho, Natureza-Morta Sobre Mesa Azul, de Henri Matisse (1947), importante pintor Francês do Século XX. Segundo Santaella (2007), o autor brinca com as cores à luz do inconsciente, sem intenção real de produzir sentido.

Mas eis que em especial, a obra de Matisse surge aos nossos olhos, carregada de seus contornos e linhas imaginárias, viabilizadas pelas cores que, em seu núcleo, conseguiu fazer surgir uma figura, que mesmo inanimada se oferta como objeto sígnico à nossa cognição. No capítulo seguinte, a autora traz o exemplo da relação estabelecida entre a princesa Diane e a mídia. Ela remonta e explica a lógica dos signos de consumo em seu aspecto mais genial, utilizando como recurso a simbologia do lugar da “realeza” para demonstrar como os signos operam desde sempre em nossas mentes. Toda a trajetória trilhada por Pierce ganha força uma vez que tudo é signo.

Apenas a imagem de Diana, uma fotografia, um nome, uma lembrança, conseguiu perpassar gerações e influenciar até mesmo os que não conseguiram vê-la em vida. Eis aí o paradigma que opera na criação de um ícone frente aos índices utilizados pela mídia como influência simbólica na identidade do sujeito. Assim como acontece no processo inicial do intento da criação de uma marca, a autora relata no capítulo 8, “A eloquência das imagens em vídeo e educação ambiental”, como se constrói o artifício para sensibilizar o interpretante. Santaella apresenta como é feita a construção indutiva da união imagética cuja finalidade é apreender a atenção de um determinado público. Ela descreve a imagem como recurso qualitativo e endereçado com caráter simbólico para a introjeção na mente.

A fenomenologia e a semiose

A fenomenologia e a semiose nas instituições como estratégia inteligente para apresentar o poder influenciador dos signos é algo sobre o qual a autora se debruça no penúltimo capítulo. Pois segundo a autora, toda instituição opera como lei na relação com os indivíduos a ela vinculados. Esse estudo aparece como espaço de maior reflexão sobre as categorias pierceanas: primeridade, secundidade e terceiridade. Com o uso da fenomenologia, a autora consegue expressar as contingências que perpassam as três instâncias categóricas de Pierce, chamando a atenção para suas fases e, deixando clara a influência que cada categoria exerce sobre a outra em seu acontecimento cognitivo.

Por fim, a autora busca discorrer sobre uma semiótica das emoções, utilizando a analogia de Medeia, a quem se atribui a intensidade de sentimentos contraditórios. Partindo da mitologia como simbolismo da imagem da mulher, a autora faz uma alusão ao princípio operacional do legi-signo, da originalidade do sentimento (emoção) enquanto qualidade legítima e arcaica do humano. Esse último e excelente capítulo borda a originalidade dos afetos, apontando como pressuposto a raiva (ódio, ciúme, inveja) como sendo parte de uma categoria pierceana de grande relevância para o entendimento da semiótica. Aqui temos a mais clara de todas as formas do aparecimento do interpretante imediato e dinâmico em sua atuação sobre a consciência.

Um breve comparativo entre os capítulos

pode-se dizer que partindo da construção filosófica até o acontecimento do fenômeno das emoções, Pierce percorre uma trilha do uso da lógica e das tricotomias para identificar, instanciar e representar as instâncias que estruturam o signo. Todo o percurso do livro ratifica a visão pierceana que considera tudo como sendo signos de consumo.

Nesse sentido, apenas por meio das significações simbólicas é possível alcançar a originalidade, ou melhor, o objetivo. Se a influência de estímulos externos opera na consciência e na cognição, a forma como o sujeito recebe o estímulo e se relaciona com ele – fatores internos e emoções –, qualificam e categorizam o caráter simbólico dos signos de consumo que chegam como mensagem para os sujeitos que experienciam e se relacionam com o mundo. Sendo por meio desses artifícios ou dessa lógica, que o universo mercadológico se orienta para provocar identificações no consumidor. Leia sobre Narcisismo